sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Resenha literária: Meu país inventado

 
 
Tá, eu sei que o blog se chama "Balaio de moda", mas tenho outros interesses na vida além de roupas, acessórios e balagandãs.
 
E esses dias, enquanto percorria as estantes de uma livraria, tive uma pequena epifania. Meu amor pelos livros, precede o das roupas. Nunca deixei de ler, mas já deixei de comprar. E estou, há exatos seis meses, sem comprar sapatos, outro vício. Mas não consigo ficar dois meses sem comprar um livro.
 
Para dividir a paixão pela leitura com vocês, inaugurarei essa tag aqui no blog, a de resenhas literárias, tentando não ser acadêmica, apesar da minha formação.
 
O primeiro livro deste ano foi "Meu país inventado", da Isabel Allende, escritora que acompanho e aprecio muito desde a minha adolescência. Já li e reli outras tantas obras dela, mas o livro em questão foi um achado em uma locadora de livros e DVDs, que estava fechando as portas e liquidando tudo a preço de banana.
 
Por que deixei para ler somente agora já que o adquiri há uns dois anos? Sei lá eu, a minha pilha de livros a ler nunca diminui, o que gera uma certa ansiedade boa e uma angústia ruim, porque embora minha lista de livros seja infinita, minha existência não o é. Queria um milênio de vida para esgotar um pouco este poço sem fundo dos desejos literários.
 
Mas, vamos à obra. Isabel Allende viveu durante a infãncia no Chile (país que adoro, mas fica como assunto para outro post) e permeia de memórias "inventadas" a nostalgia da infância, o resgate de personagens que fizeram parte de sua vida, com lições de geografia e história.
 
Conhece-se, a partir desta narrativa/descritiva, o período obscuro da ditadura militar, a riqueza natural deste lindo e sofrido país, o machismo, a influência da cultura cristã sob as pessoas e outros traços que se assemelham tanto a nossa cultura brasileira.
 
A infância da escritora,  juventude, maturidade, caminhos profissionais, a perda da filha, os dois casamentos, tudo isso é retratado sem que se perca o fio condutor que justifica o título. Apesar de muitos anos exilada do seu querido país, é para relembrá-lo que ela escreve. É o que justifica sua profissão de fé, seu amor pelo mundo das letras, pelos livros, que eu muito me identifico.
 
Li durante a viagem para Búzios e este terá um lugar cativo na minha estante.
 
ALLENDE, Isabel. Meu país inventado. Trad. Mario Pontes. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. 238 p.
 

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